Quando o sonho transpõe os limites!

Sempre fui muito fã de Caetano Veloso. Sempre acompanhando sua carreira e esperando, cheia de expectativa, o lançamento do seu próximo trabalho. Cresci ouvindo esse grande mestre da MPB. Mais que música, Caetano alvitrava verdadeiras demandas filosóficas em mim, aguçava meus pensamentos, encantava meus sentimentos, com suas letras cheias de poesia e significado; com suas melodias refinadas; com sua voz inspiradora; com a ousadia e espírito anárquico, contidos em sua obra. Afinal, qual o papel mister de um artista, se não o de agente transformador e provocador? Artista que sempre fui, por natureza, sorte e missão, trago Caetano Veloso entre as minhas nobres influências. Há seis anos, conheci um artista e grande fã de Caetano, o meu querido amigo Tonih Vinih. Juntos, tivemos a feliz ideia de fazer um show só com canções de Caetano. Daí nasceu o show Cantando Veloso (que continuo fazendo, infelizmente, sem Tonih). Deleite puro! Escolher repertório, aprender a cantar músicas como “O Cu do Mundo”,  dividir voz com Tonih em “ Pipoca Moderna” e Zera reza”, ouvir o coro da platéia em “Coração Vagabundo...Tudo isso encheu meu coração de alegria. Por que não sonhar com uma participação de Caetano? Mais ainda: e se eu cantasse uma música dele, em meu CD? O sonho foi crescendo e pensei: e se ele cantasse comigo? Será, meu Deus? E aí, parafraseando Adélia Prado, “O sonho encheu a noite e extravasou pro meu dia...”. Além de cantar uma canção (Zera Reza) linda de Caetano em meu CD Sou Bamba e Rock and Roll, tenho a honra de tê-lo cantando comigo uma música minha (Cara de Pau).  Como disse, o sonho transpôs os limites! Obrigada, Caetano Veloso!